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Dez anos da lei que garante direitos aos empregados domésticos

Parlamentares e representantes da categoria ainda lutam para garantir a efetivação da norma; Benedita da Silva teve forte atuação na aprovação da legislação

Da Redação
25/05/2025 | 21:06
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FOTO: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados


A Lei dos Trabalhadores Domésticos (LC 150/15)  representou um marco histórico na valorização e na equiparação de direitos para uma das categorias mais tradicionais e, por muito tempo, invisibilizadas do país. A legislação garantiu aos empregados domésticos uma série de direitos que já eram assegurados a outros trabalhadores formais, como jornada de trabalho de até 44 horas semanais, pagamento de horas extras, FGTS obrigatório, seguro-desemprego, adicional noturno e proteção contra demissão sem justa causa.

Mais do que um avanço jurídico, a lei significou reconhecimento e dignidade para milhões de profissionais — em sua maioria mulheres e negras — que contribuem diariamente para o funcionamento de milhares de lares brasileiros. Porém, passados dez anos, deputados e representantes da categoria lutam para garantir esses direitos, melhorar o ambiente de trabalho e alcançar novas conquistas, como o abono salarial do PIS e o acesso a creches públicas.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) chamou atenção para os vários os casos de trabalhadores sendo resgatados em situação semelhante à escravidão. “Nós temos tido avanços, mas ainda não concluímos a tarefa de ter as trabalhadoras domésticas com seus direitos conquistados cumpridos pelos seus empregadores”, afirma.

Benedita da Silva atuou tanto pela aprovação da Emenda Constitucional 72, de 2013 – que equiparou os direitos dos trabalhadores domésticos aos dos demais – quanto pela lei que regulamentou os direitos.

Para a secretária da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Maria Isabel Castro, é necessária a implementação da Convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). “Ela garante a essa categoria trabalho decente, trabalho digno, que é a nossa luta hoje, foi essa a luta das mulheres que nos antecederam. Foi pela valorização, pela visibilidade da categoria”, disse.

A representante dos trabalhadores ressaltou a reivindicação pelo abono salarial, pago aos demais trabalhadores que ganham até dois salários mínimos.

DIREITOS

Em 2015, a lei garantiu aos domésticos o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o seguro-desemprego; e regulamentou vários outros benefícios, como auxílio-creche, salário-família, adicional noturno, indenização por demissão sem justa causa e pagamento de horas extras.

A empregada doméstica Maria Eliane Silva, de 58 anos, lembrou que o cenário sem direitos trabalhistas era muito diferente. “Se a gente não estudava, ficava na casa, trabalhava até a hora que fosse necessário. Tipo, depois das sete, você servia jantar, você fazia uma coisa, você fazia outra. E a gente acaba que vai mexendo em algo e quando dá fé, o tempo já passou." E tudo sem receber nada além do salário combinado, disse ela.

Segundo o Ministério do Trabalho, o país tem 6 milhões de empregados domésticos, sendo que mais de 90% são mulheres. Apenas um terço tem carteira assinada.

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

 

 

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias




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