Cultura & Lazer Titulo Nostalgia
Selos musicais de discos de vinil ganham espaço na região

Trabalho valoriza talentos do Grande ABC e ainda movimenta cenário independente

Lays Bento
25/05/2025 | 02:15
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Celso Luiz/DGABC


Em um País em que a música rola principalmente pelo play em plataformas de streaming (sendo o nono do mundo, segundo a Pro-Música), a experiência de lançar vinis ainda é perpetuada também no Grande ABC. Segundo apuração do Diário, a criação de selos musicais em Santo André tem movimentado a divulgação de artistas locais e a valorização do formato, que ainda encanta colecionadores. 

Em uma das esquinas da Vila Assunção quem faz a arte permanecer viva é Márcio Carneiro, 56 anos, dono da Loja 2 Discos. No local, entre um espólio de LPs de MPB e gêneros variados (que se estendem até àqueles que valorizam à música negra), o orgulho é o lançamento no local de dois talentos da região: a banda de Jazz Otis Trio, nascida em Santo André, em 2022; assim como o vocalista do gênero Diego Estevam, de Mauá, em 2024. 

“Não fazemos porque dá dinheiro, sinceramente. Não há lucro. Mas nossa motivação, e de quem escolhe lançar gravações em vinil, é emplacar o nome na eternidade”, comenta Carneiro. 

Desde os anos 2000, o empreendedor, que já era apaixonado por vinis, se viu acumulando centenas de bolachas. “Com a chegada dos CDs, doaram os LPs. O que era R$ 2, porque estava em baixa, hoje inverteu completamente e pode valer até R$ 350”, relata ele, sobre a valorização do material nos últimos anos, puxada, por tendência na internet, mas também pela valorização de “nostalgia do chiado atmosférico, qualidade e pelas raridades que não são suportadas pelas plataformas digitais”. 

Segundo ele, o trabalho no Grande ABC tem dado certo pelo clima de parceria. “Os selos movimentam os vinis no Brasil, então só faz sentido lançarmos o que é daqui da região também”, reforça. 

O último lançamento pela loja teve a parceria também do selo andreense All Music Matters e Fuzz On Discos. “Nossa loja é só on-line. Os desafios são inúmeros. Mas cada dia se mostra mais necessária esta produção, com masterização, prensagem e divulgação que só os selos musicais têm. Nosso sonho é que um dia bandas mais novas possam apostar no formato (hoje, só a prensagem mínima, de 300 cópias, custa R$ 18 mil)”, fala o proprietário, Felipe Carroci, 33. 




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