Menino de ouro

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Vinícius Castelli

Há pouco mais de uma década na estrada, cantor sertanejo conquista multidões, mas sem perder a essência jamais

Luan Santana sempre gostou de música. Algo que herdou de sua mãe, que passava o tempo todo ouvindo rádio. Isso fez com que ele, ainda muito jovem, crescesse com o enorme sonho de se tornar cantor. Meta alcançada com sucesso. Quando garoto cantarolava, mesmo em casa, temas sertanejos como Muda de Vida, Chico Mineiro e Cabocla Tereza, época em que ouvia faixas de nomes como Trio Parada Dura e Zezé di Camargo & Luciano. Quando a família percebeu seu talento, o pai, Amarildo, ao lado da mãe Marizete, que também sempre o incentivou, lhe deu um violão de presente. “Graças a Deus, minha família sempre me apoiou muito em tudo. Mesmo com todos os percalços, nunca me fez desistir”, diz o artista, em entrevista à Dia-a-Dia.

Fato é que o cantor, nascido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, conquistou todas as paradas de sucesso, claro que tudo com muito suor. E mais. Hoje, aos 27 anos, Luan faz com que sua música siga angariando fãs por todos os cantos. Tanto que ele é direto ao dizer que, quando olha para trás, não mudaria absolutamente nada em sua carreira. Além dos hits que coleciona, e são vários, como Escreve Aí, Chek-In, Um Beijo e Tudo o Que Você Quiser, para citar alguns, Luan coleciona números de dar orgulho. Seu canal no YouTube soma mais de 6 milhões de inscritos. Uma de suas novas faixas, MC Lençol e DJ Travesseiro, cujo videoclipe tem participação de Tatá Werneck, alcançou em dois meses mais de 29 milhões de visualizações. Já sua conta no Instagram soma pouco mais de 12 milhões de seguidores. É muita gente. “As redes sociais me aproximam do fã. E para quem gosta, é algo muito bom”, explica. Aliás, é o próprio cantor quem faz questão de administrar suas redes.

Em 2019, Luan Santana completará 12 anos de estrada musical. “Uma carreira de vitórias, graças a Deus”, ressalta ele. Já são mais de 65 premiações, vale lembrar, como por exemplo Prêmio Multishow, Troféu Imprensa, Prêmio Jovem Brasileiro e vários mais. Isso sem contar na indicação ao Grammy Latino, em 2012. Não dá para deixar de citar seus discos também. Entre eles estão Te Esperando, Acústico – pela comemoração dos oito anos de carreira – e 1977, que aliás, conta com participações especiais de Ivete Sangalo, em Estaca Zero, e Sandy, em Mesmo Sem Estar. Como todo 'pai', Luan não consegue destacar um álbum como preferido. “Amo todos. Cada um é especial por cada fase que eu passei”, afirma o artista. Não dá para deixar de perceber que parte do reconhecimento de seu trabalho e de seu sucesso vem do forte envolvimento que tem com sua carreira desde o princípio. Tanto que quando o assunto é trabalho, Luan diz que se envolve em todas as esferas. “Todas as ideias são minhas e de minha equipe.”

Não à toa que desde o hit Meteoro seus shows são tiro certo de bilheteria esgotada e “sempre com uma resposta muito positiva do público”, complementa. Quem ainda não teve a chance de ver Luan em momentos 'íntimos' com seus fãs – ele realmente acarinha cada um da plateia com olhares, palavras e dedicatórias – terá a chance no dia 21 de setembro, a partir das 21h30. Ele estará no Espaço Win (Av. Dom Pedro II, 2.055), em Santo André. As entradas disponíveis custam de R$ 250 a R$ 600 e podem ser adquiridas pelo site Ticket 360.

GOSTINHO DE INTERIOR

Mesmo com toda a exposição e sucesso que tem hoje, Luan Santana nunca se esquece de suas raízes, tampouco do início da carreira. “O começo é sempre difícil, foi muita batalha vir até aqui, contudo claro que não cheguei sozinho. Tive o incentivo de meus fãs, que são tudo para mim e também dos meus pais e da minha irmã”, diz. Todo detalhe em sua trajetória, para ele, é memorável. Inclusive quando quebrou a cópia do registro do show do que seria seu primeiro CD, quando sua mais famosa canção era Falando Sério. Ele, então com 14 anos, afirma não ter gostado do resultado. A sorte do artista foi que um amigo guardou um exemplar e colocou o material no YouTube. “Rapidamente acabou se espalhando e sendo aprovado pelo público, que começou a pedir a música nas rádios de Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia e Paraná”, recorda-se. Foi graças ao sucesso de Falando Sério que Luan realizou seu primeiro espetáculo, na cidade de Bela Vista (Mato Grosso do Sul), em 2007. A partir dalí, a agenda tomou muito de seu tempo, que era dividido com os estudos. Dois anos depois, quando realizou cerca de 300 shows, Luan explodiu de vez e ninguém mais o segurou. E segurar para que?

NAS TELINHAS

Além da música, o artista divide seu tempo com a TV. Além das participações em programas da Globo, como Malhação, ele está ao lado da atriz Fernanda Souza, no musical Só Toca Pop, que passa no Multishow às sextas-feiras, a partir das 21h15, e na Rede Globo aos sábados, às 15h. A ideia é apresentar na televisão os artistas mais tocados no País e dos mais diversos gêneros musicais. “A equipe é muito boa e a parceira de cena dispensa comentários. Do diretor de núcleo, Ricardo Waddington, ao diretor Raoni Carneiro, até a produção, todos são excelentes. A Fer (Fernanda Souza) é muito rápida. Tenho certeza que ela vai me dar várias dicas e será uma escola. Vou aprender muito”, conta, empolgado.

Figura que exala simpatia e simplicidade, Luan Santana vive em Barueri, Interior de São Paulo, junto dos pais, que são sua grande paixão. “Não abro mão de estar com eles”, ressalta. Mas mesmo bem pertinho deles, o cantor é o responsável por administrar o dinheiro que ganha. Ele administra também, e muito bem, outra grande coisa: o sucesso. Aliás, sobre esse assunto, ele afirma que tudo o que conquistou é fruto de soma de fatores, como trabalho bem executado, equipe muito boa e, principalmente, por ter, segundo ele, os melhores fãs. “É o resultado de uma carreira reconhecida”, explica Luan, que acredita que a música o tornou uma pessoa melhor. Ele se diz eclético como ouvinte e quando se trata de classificar sua própria obra, afirma que a essência é a mesma desde sempre. “Não preciso de rótulos”, afirma.

Quando questionado sobre o que há de diferente do Luan Santana cantor para o que está longe palcos e holofotes, ele diz: “Sabe aquela história? A fama não tem preço, mas tem valor. Para mim, o valor da conquista tem prós e contras, como todo trabalho. E isso é bom, é reconhecimento. Claro que tem dia em que tenho necessidade de me isolar ou de ficar um pouco distante de tudo o que cerca esta agitada vida. É aí que busco as férias e vou curtir pescaria com a família, praia, viajar”, explica ele, que dá risada quando questionado se ainda consegue sair sozinho na rua sem chamar a atenção. “Não lembro mais como é.”

A agenda de Luan realmente é agitada. “É puxada, tem muitos shows e compromissos. Cada hora estou em um lugar, cruzando os ares, as estradas e dormindo em hotéis diferentes. Aliás, a pior solidão é a do quarto de hotel. Saio do meio da multidão, de adrenalina fora de série, que é mexer com emoção de lidar com a troca de energia como público e, de repente, me deparo comigo entre quatro paredes”, diz. “Não é minha casa, meu lugar. Não tem meu jeito”, explica. Mesmo com a correria, esforço e sacrifício, tudo vale a pena para Luan. “Quando se faz o que gosta, a compensação é maior”, pondera ele, que destaca a saudade da família como principal obstáculo. “A falta deles é grande, contudo, para ser sincero, ajuda estar sempre rodeado de amigos e do público.” O artista confessa também estar acostumado a encontrar a felicidade em várias outras situações. Uma delas é quando está em cima dos palcos, ecoando os versos de suas canções. Ele se sente completo também quando recebe o carinho de quem o admira e, novamente, como ótimo filho que é, quando está ao lado dos pais. “Eles são tudo que sou”, resume.




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