Café: vilão ou mocinho?

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Alessandra Nunes

Sabemos que o café é uma das bebidas mais amadas e consumidas por pessoas do mundo inteiro. A ciência tem voltado os olhos para ela e todos os componentes que fazem parte do grão. A questão é: será que faz bem ou mal para a saúde?

 

Quando pensamos no café lembramos, em primeiro lugar, da cafeína, porém, sua composição não se limita apenas a esse composto. Diversas substâncias bioativas integram a composição do café e, quando consumido em quantidades adequadas, traz, sim, inúmeros benefícios à saúde. A tão famosa cafeína representa apenas 1% a 2,5% da composição do café. Seu principal efeito está em suas propriedades estimulantes, que atuam diretamente no sistema nervoso central e contribuem para manter o organismo em estado de alerta, reduzem a sensação de fadiga e ajudam a manter o foco e a concentração, melhorando o raciocínio.

Fazem parte da composição da bebida diversos polifenóis, sendo os mais abundantes os ácidos clorogênicos. Esses ácidos possuem atividade antioxidante, ou seja, protegem as células do organismo contra a ação dos radicais livres, prevenindo o envelhecimento celular, diminuindo a incidência de alguns tipos de câncer e até de doenças cardiovasculares. Além disso, alguns estudos mostram que os ácidos clorogênicos podem auxiliar na redução da gordura abdominal e, consequentemente, na perda de peso. Graças a essa ação, a indústria farmacêutica está de olho no ácido e diversos produtos para esse fim específico estão aparecendo nas prateleiras. Outro detalhe significante sobre a composição do café é a presença de diversas vitaminas do complexo B, as quais são essenciais para o metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas, auxiliando no bom funcionamento do organismo.

Porém, apesar de todos esses benefícios, o café não é indicado para todos. Hoje já se sabe que algumas pessoas metabolizam a cafeína de forma mais lenta, podendo desenvolver diversos sintomas após o consumo de apenas um xícara, como sudorese, taquicardia, aumento da pressão arterial, excitabilidade aumentada e aumento de estados de ansiedade. Além disso, o excesso no consumo pode provocar insônia, prejudicar a absorção de alguns nutrientes, causar o amarelamento dos dentes e levar ao desenvolvimento de gastrite, por ser uma bebida com alta acidez.

Então quanto podemos ingerir? Estudos seguros mostram que a dose indicada de cafeína por dia gira em torno de 400 mg. Essa quantidade é obtida em três xícaras de 150 ml de café (coado) ou cinco cápsulas de café expresso. Grávidas podem consumir, no máximo, 300 mg por dia, mas sempre com a orientação do médico ou do nutricionista.

Vale ressaltar que, ao considerarmos a ingestão de 400 mg de cafeína por dia, devemos nos atentar a diversos alimentos que contêm essa substância, como chás, refrigerantes, bebidas energéticas e chocolate. E não estrague sua bebida usando açúcar ou adoçante para 'melhorar o sabor'. Se você precisa desses artifícios, você não é um verdadeiro amante do café. Essa bebida é para ser apreciada pura. Experimente!

 




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