Courchevel:diamante dos Alpes franceses

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Kelly Zucatelli

 Se sua próxima parada de férias for Courchevel, não tenha dúvidas de que vai curtir dias de muito luxo, diversão, desafios esportivos, conforto e boa gastronomia em meio aos desenhados alpes da estação francesa de esqui. Não é exagero dizer que o lugar ganha o título de melhor do mundo em vários aspectos, entre eles, por agregar premiados hotéis, alta gastronomia e programações especiais, que vão além do limite de um destino convencional para esquiar.

A estação faz parte de um complexo de três vales, conhecida por ser a maior área esquiável interligada do mundo, com pistas que tiveram suas primeiras construções em 1946, em área virgem, que contempla a maioria das inovações de compactação da neve, neve artificial e espaço para ensino. São 35 pistas espalhadas pela floresta, que contam gratuitamente com oito subidas mecânicas, cinco esteiras, 66 quilômetros de esqui-country e pista de trenó.

A melhor época do ano para conhecer Courchevel é entre dezembro e abril. O local é formado por cinco vilarejos, nomeados de acordo com suas altitudes: 1850, 1650, 1550, 1300 e o 1100, todos interligados por teleféricos. Quanto mais alto o nível de altitude escolhido, mais caras ficam as despesas.

Poucas são as chances do turista voltar da estação sem aprender a noção básica do esqui. Pelo menos é o que garante a ESF (Escolas do Esqui Francês), instituição criada por famílias que moram lá, em meados de 1947. Os treinadores aprenderam desde criança a conhecer e reconhecer cada ponto das montanhas e desenvolveram técnicas de alta perfomance para todos os públicos, inclusive para os deficientes físicos. Atualmente, a região é a maior da Europa em concentração de monitores, são mais de 1.000.

Ao longo dos 70 anos do surgimento da estação de Courchevel, a ESF foi adaptando seus ensinamentos ao ritmo dos turistas, personalizando as programações. A ESF 1850, por exemplo, não tem mais horários fixos de treinamento. Os clientes podem optar por duas, três, quatro horas ou o dia inteiro, e ainda serem apanhados e entregues em seus respectivos hotéis. “Courchevel nasceu para ser uma estação de esqui, com excelente estrutura, comida ótima e diferentes opções de passeios, que atendem tanto quem vai sozinho quanto em família”, detalhou a representante da comuna Nathalie Faure Bernoud, em recente visita a São Paulo.

Na última temporada, a estação passou a contar com espaço para o treinamento de pessoas com deficiência. A Courchevel Village, 1650 e 1850 se uniram para oferecer um ponto de saída comum, localizado no bairro de Prailong, escolhido devido ao acesso fácil pela estrada e pela configuração do terreno, além de contar com dois tele-esquis adaptados com seis lugares. Foram criadas duas vagas de estacionamento nas proximidades, para melhorar o conforto das pessoas com mobilidade reduzida. O espaço conta com 12 monitores especializados. Para as crianças são reservados 50.000 m² da Escola do Esqui Francês de Courchevel 1850, com área privatizada, com cabanas e espaços para brincadeiras.

E deslizar pelos tapetes brancos de neve não é um convite apenas para durante o dia na charmosa Courchevel. Desde 2010 são oferecidos os passeios de esqui de trilha, uma corrida noturna com etapas abertas para todas as práticas, com acompanhamento em todos os níveis. Na ESF Courchevel 1850 são oferecidos os passeios de esqui touring, que podem ser feitos de manhã ou à noite. Na mesma linha, a ESF 1650 oferece iniciação à trilha de esqui e propõe passeios fitness todas as terças e quintas-feiras, antes e depois da abertura das pistas.
Na última temporada de inverno as escolas realizaram 21.026 diárias de esqui, tornando Courchevel a estação da Savoia mais envolvida nesse tipo de programa – as práticas são gratuitas ou vendidas por 10 euros para as escolas.

Os preços para esquiar têm variações de acordo com a idade, o período que deseja praticar o esporte, se é pela manhã ou tarde, ou se será em grupos, podendo ter desconto para cada uma das opções. Também podem ser fechados pacotes para quantos dias desejar, ou até mesmo para a temporada toda, chegando a custos que superam os 1000 euros.

Gastronomia nobre e de muitas estrelas
Courchevel não podia deixar de lado a gastronomia local, que tem nada mais nada menos do que sete dos seus 101 restaurantes destacados no Guia Michelin, sendo a maior concentração de cinco estrelas do mundo. Dentre os estrelados estão o Le 1947, Le Chabichou, Pierre Gagnaire Pour Les Airelles, L’Azimut, Baumanière 1850, Le Kintessence e Le Mont.

Opções de bistrôs, brasserias, creperias e pizzarias não faltam para agradar a todos os paladares. Mas quem quiser provar receitas com produtos típicos da região, pode escolher a Sopina, uma sopa feita com peixes dos lagos, um dos pratos emblemáticos de autoria do chef Yannick Alléno. Outro prato muito requisitado é o linguado a meuniére, servido com nhoque de batata, que remete muito à mistura de origens mediterrâneas com influências da Savoia.

Um dos pratos exóticos feitos naquela região é o Chabichou, conhecido como o Porco de Nossas Montanhas, que é uma barriga em conserva caramelizada na pele com verbena, bochecha brasada com vinho tinto, acompanhada de péla (batata, cebola e queijo) e repolho recheado com pormonier (salsicha de porco magro com couve e espinafre).

E após o deleite das inéditas receitas dos luxuosos restaurantes, a sugestão é dar um pulinho na chocolateria Piste Noire, que está em Courchevel há anos. Por lá, a dica é se entregar ao deleite com uma fava de cacau do Peru, que é vendida em barras de 70 ou 90 gramas, em pedacinhos para acompanhar o café.




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