No altar do Rock in Rio

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Miriam Gimenes

Considerada por muitos lugar-comum, a máxima de que os opostos se atraem gera discussão há décadas. O fato é que se para alguns ela não serve, para o casal de Mauá Cecí Romera, 29 anos, e Marina de Assis, 24 anos, é perfeita. São diferentes em quase tudo. Isso não impediu, no entanto, que uma afinidade em comum fizesse seus caminhos se cruzarem. Uma vez feito o encontro, elas seguem agora juntas rumo ao altar, que no caso será no maior festival realizado no País e um dos maiores do mundo: o Rock in Rio 2017.

É que elas participaram da promoção Eu Vou Casar no Rock in Rio, que teve início em maio. Ao todo foram 1.300 casais inscritos, mas somente sete – após quatro fases, que incluíram até votação popular – foram contemplados com o prêmio. Será um casamento para cada dia do evento.

Em sorteio realizado anteontem, no Dia dos Namorados, Cecí e Marina ficaram com a primeira data, 15 de setembro. É quando estão programados também, além do enlace delas, os shows de Lady Gaga e Ivete Sangalo. “Antes de nos inscrever, havíamos comprado ingresso para assistir ao show do Bon Jovi (dia 22). Somos fãs da Lady Gaga, mas já vimos o show dela em São Paulo. Quando passamos pelas seletivas, torcemos então para ser no dia 15 e deu certo”, comemora Cecí.

O casal, que se conheceu durante um trabalho voluntário para a ONG Teto Brasil – constrói casas emergenciais e promove desenvolvimento comunitário, em favelas do País –, terá direito a dizer ‘sim’ em uma capela inspirada nas de Las Vegas feita entre os palcos principais. Cada uma poderá ter dois padrinhos, mas pretendem levar os pais para celebrar o momento especial. “Estamos conversando com a organização, mas se não der certo vamos comprar os ingressos”, diz Cecí. 

Ela já foi ao festival em 2013, mas Marina pisará na Cidade do Rock pela primeira vez. “É mais que a realização de um sonho. Casar em um evento de rock, com milhares de pessoas vendo e no dia de artistas maravilhosos chega a ser surreal. Ainda não caiu a ficha”, confessa Marina.

As duas, que durante o processo seletivo sofreram ataques de haters nas redes sociais por ser um casal homoafetivo – outras duas meninas também estão entre os casais selecionados –, mostraram que o amor está acima de qualquer coisa. “Estou extremamente feliz de poder representar o público LGBT, que por mais que tenhamos avançado, ainda é hostilizado. Ter essa representatividade é incrível e dividir isso com a pessoa que escolhi estar do meu lado para o resto da vida vai ser incrível”, finaliza Ceci. Que sejam felizes para sempre.  




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