Trabalhadores entendem que Consórcio pode fazer a intermediação com o sindicato patronal
A proposta de reajuste salarial feita pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do ABC foi rejeitada pelos motoristas nas duas assembleias realizadas na última terça-feira (27) no Sintetra (Sindicato dos Rodoviários e Anexos do Grande ABC). Apesar da recusa, os trabalhadores se mostraram abertos à negociação e pretendem incluir o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC nas tratativas para que se encontre um consenso e não ocorra a paralisação do serviço na região.
Uma reunião para discutir o assunto foi agendada para esta quarta-feira (28), a partir das 11h30, no gabinete do prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), que é presidente do Consórcio. Além do anfitrião, participam do encontro a presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Grande ABC, Milena Braga Romano, e o presidente do Sintetra, Leandro Mendes.
De acordo com o representante dos empregados, o colegiado, por aglutinar o interesse dos prefeitos e sendo o transporte uma concessão pública municipal, tem legitimidade para atuar como mediador entre as partes. “Ele pode ajudar a gente em uma conciliação com as empresas”, afirma Mendes ao Diário. O jornal também ouviu a entidade patronal, que declara ver com bons olhos a entrada de um terceiro interessado nas discussões.
Os empresários ofereceram reajuste de linear de 5,32% sobre salários e benefícios. O percentual corresponde ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que equivale à inflação oficial do País, no período de maio de 2024 a abril de 2025. Os trabalhadores querem, além da reposição, a inclusão de aumento real de 8%.
Nos benefícios, a categoria cobra majoração bem mais expressiva, como os 28,48% no vale-refeição, que passaria dos atuais R$ 856,10 mensais para R$ 1.100.
Mendes defende o dialogo entre patrões e empregados para, a todo custo, evitar a paralisação do serviço. “A partir disso, se não conseguirmos nada, seremos obrigado a ir para outra assembleia e ver a proposta que as empresas têm para a gente. Vamos até último instante tentar negociar. Caso não tenha jeito, a única arma que os trabalhadores têm é a greve”, afirma o presidente.
A proposta recusada na última terça-feira previa salários de R$ 4.462,07 para os motoristas de ônibus convencionais e articulados, R$ 3.930,68 para os que dirigem midi (veículos menores) e R$ 2.576,05 para os condutores de vans e cobradores. Além de vale-alimentação de R$ 901,64 e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) variando entre R$ 1.105,86 e R$ 3.169,93, dependendo da função desempenhada.
O sindicato das empresas argumenta que a reposição da inflação é o máximo de correção que pode oferecer, dado o momento pelo qual a atividade passa no Grande ABC. O valor proposto, de 5,32%, excede, por exemplo, o reajuste da tarifa em 3,51% autorizado em Santo André no início do ano – em São Bernardo, não houve aumento.
As empresas de transporte urbano do Grande ABC ainda lembram que tiveram aumento de custo operacional com a reoneração da folha de pagamento determinada pelo governo federal.
O sindicato da categoria cita que, após o período crítico da pandemia de Covid-19, sempre concedeu reajustes acima da inflação, o que demonstraria os esforços patronais em atender às reivindicações dos funcionários sempre que possível. (Confira a arte acima)
Colaborou Fábio Júnior
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