Morre a artista plástica andreense Damara Bianconi

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Vinícius Castelli<br>Do Diário do Grande ABC

Um dos nomes mais importantes das artes plásticas do Grande ABC, a andreense Damara Bianconi morreu nesta quinta-feira (26), aos 62 anos. Ela lutava contra um câncer, mas a causa oficial da morte não foi divulgada.

Atuante no Grande ABC, Damara assinou diversas exposições, entre elas Foto Ideal, realizada em Santo André, e Brasil, Pátria Amada, Idolatrada, Salve, Salve-se Quem Puder, em Mauá, organizada pela AAPC (Associação dos Artistas Plásticos de Colagem), junto de outros artistas. Hoje suas peças ilustram acervos como o da Pinacoteca de São Bernardo, por exemplo.

Participou da comissão julgadora do tradicional Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, em Santo André e sua carreira foi marcada, também, por seu trabalho como curadora. Uma delas foi em Constelar, preparada na Casa do Olhar, em Santo André, com peças assinadas por Luiz Roberto Rodrigues Lopreto.

Entre suas ações mais marcantes, participou de intercâmbio com um grupo de artistas alemães, que a levou até a Alemanha e depois os trouxe até aqui, expondo na Pinacoteca de São Bernardo. Integrou discussões sobre políticas culturais junto ao Fórum de Cultura do ABC, liderado pela escritora andreense Dalila Teles Veras, entre outras ações.

Amigo de Damara, o arte-educador e produtor cultural de Santo André Carlos Lotto, 60, lembra que ela também foi galerista, com contatos junto ao Pólo de Decoração SP e Casa Cor, com trabalhos junto a muitos arquitetos e decoradores.

“Ela tinha ainda uma obra voltada a reciclagem de materiais e ao uso da água, tanto que montou seu ateliê no Jardim Marsilac (São Paulo), na chácara da família junto à Mata Atlântica, onde recebia outros artistas”, conta Lotto.

De acordo com o amigo, a artista também pesquisava a memória, tendo um acervo de antiquário, unindo fotografias de família, objetos, parte de móveis, costuras e bordados, por exemplo.

“(Ela) foi muito participante da vida cultural do Grande ABC, com exposições e curadorias. Em 2010 foi incentivadora e curadora de artes visuais do Espaço Cultural Gambalaia, junto ao Humberto Alex Lima, que durou até 2019”.

 Lotto explica que Damara difundiu o acesso a obra de arte junto aos pensadores do espaço, como arquitetos, decoradores e designers, sempre indicando artistas jovens da região, em trabalhos de todo o tipo: “pintura, escultura, gravura, painéis, desenhos. Foi sempre uma mobilizadora, unindo qualidade, mercado e ação cultural. Ninguém no (Grande) ABC, e talvez no País,  reuniu essas questões como ela”, encerra.




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