Questão de criação

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Marcela Munhoz

Você já ouviu falar de rinhas de cachorros? É uma das coisas mais horrendas que, por incrível que pareça, ainda acontecem. Animais são criados para brigar e, assim, fazer seus donos lucrarem nas apostas. Eles são submetidos a todos os tipos de abusos que se possa imaginar. No Brasil, o ato é considerado maus-tratos e enquadrado na lei de crimes ambientais (artigo 32), com detenção de três meses a um ano, além de multa. Muito pouco para o trauma que esses bichos ficam após serem resgatados. 

Trabalho árduo realizado por gente como Angel Reis, de São Bernardo. Desde jovem ela recolhe cachorros abandonados nas ruas, mas se ‘especializou' em resgatar e ressocializar pitbulls há nove anos. Em 2014, conseguiu dar nova vida a 40 animais da raça, inclusive alguns eram vendidos para rinhas, a R$ 50. “São cães muito amorosos, mas, claro, tudo depende de como são criados. Se o lado instintivo agressivo for aguçado, vai ser agressivo. Só que isso acontece independentemente da raça”,  explica. 

Angel mantém em casa dois cães de grande porte, que foram resgatados de rinhas. Eles chamam Filhotes e convivem bem com a filha Yumi, 3 anos (fotos abaixo). “Mesmo assim, com criança é preciso ficar de olho, elas podem puxar rabo, essas coisas. O ataque acaba sendo ação e reação”, diz, comentando o caso da criança de 1 ano e 9 meses que morreu em São Bernardo após ser mordida por cachorro. A raça não foi divulgada, mas o caso aconteceu quando a menina estava no quintal e o animal do vizinho avançou. O dono informou que o bicho não tinha histórico agressivo. “Fica muito difícil julgar”, conta.

Sobre seus pitbulls que foram adotados, nenhum caso de acidente foi registrado. Pelo contrário. “Eles convivem com crianças e dormem com gatos. A questão é ter paciência para ensiná-los e dar muito carinho. Todos merecem uma chance”, finaliza. 




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