Pet é pauta: Nome e sobrenome

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Marcela Munhoz

 
Gilda Lata. Essa é a minha vira-lata, que também é chamada de pequena, magrela, linda, meu amor. Sempre tivemos cachorros em casa – Punk, Toby e a fofa da Bebel, hoje com 16 anos – logo, sempre foi um sonho ter um desses seres também quando mudei para meu próprio lar. A Gilda demorou cinco anos para chegar (queria que fosse adotada) e está há menos de dois com a gente, totalmente cercada de amor, como nem precisa dizer.
 
E qual o motivo de ser Gilda? Afinal, esse é o tema da coluna do mês. Não me pergunte por que, mas sempre achei o maior barato nome de gente nos bichinhos de estimação. É algo que tem a ver com personalidade, mas também por ganhar um status tão importante quanto alguém da família, quanto mais um cidadão brasileiro, com todos os direitos e respeito que merece. Aliás, desde 2017 é possível registrar em cartórios do Paraná o nascimento dos pets. O documento leva nome, sobrenome da família, características como raça, porte e cor do animal, além de outros detalhes que ajudam na identificação, como foto. O objetivo é facilitar o processo em caso de disputa pela guarda ou ainda no caso de roubo ou perda.
 
Nas últimas semanas foi comentada uma notícia na internet de que a Justiça teria proibido o nome de pessoas em animais sob pena de multa de R$ 1.000 a R$ 100 mil. A primeira vítima? Chiquinho. A família teria sido obrigada a mudar o nome do pequeno poodle marrom e a pagar a quantia mais alta. Obviamente se trata de uma fake news, porém nem tão fake assim. De fato, em 2004, o deputado à época Pastor Reinaldo fez um projeto de lei (4197/2004) que proibia “o uso de nomes próprios, prenomes ou sobrenomes, comuns à pessoa humana em animais domésticos, silvestres ou exóticos”. No mesmo ano o projeto foi arquivado.
 
Cá entre nós, mas que raio de proposta é essa? Será que os políticos não têm mais com o que se preocupar ou algum dia ele se deparou com um cachorrão chamado Reinaldo que não gostou da sua fuça? Adoraria ter meu nome na coleirinha de um desses seres tão puros, amorosos, fiéis e dedicados. Para mim é uma homenagem, não uma afronta. Por outro lado, tem muita espécie de ser humano andando solto por aí que não merecia ter o nome dos nossos queridos pets.
 

Antes da Gilda, tivemos o peixe Alfredo e, se for possível, um dia cuidaremos da gata Abigail. Por favor, Gildas, Alfredos e Abigails do meu Brasil, vocês se sentem ofendidos? Realmente duvido! 

 




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