Planejamento é a palavra-chave

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Caroline Manchini

Segundo especialista, organizar as finanças é o primeiro passo para conquistar a casa própria.

Comprar o próprio imóvel está entre as principais prioridades dos casais que pretendem constituir matrimônio. A mudança no cenário econômico do País, no qual as taxas de juros do financiamento imobiliário estão cada vez menores e as condições de pagamentos, facilitadas, mostra que a realização desse sonho está mais próxima do que se imagina.

Mas não pense que a redução dos juros é sinônimo de negócio fechado. Muito pelo contrário. De acordo com a especialista em finanças Luciana Machado, para conquistar patrimônio é necessário que o casal faça bom planejamento financeiro para conseguir arcar com a dívida do financiamento. “O brasileiro não tem costume de poupar e planejar as finanças pessoais, mas nesse caso é necessário. Os parceiros precisam, em conjunto, aprender a guardar parte da renda e se acostumar com rotina disciplinada”, aconselha.

Rotina essa que fez, durante anos, parte da vida do são-caetanense Bruno Gianotti, 33, casado há cinco meses com Bárbara Teixeira. Para comprar o imóvel, localizado em Santo André, ele precisou usar praticamente todas suas economias. ”Dei de entrada o valor que tinha guardado e agora eu e minha mulher precisamos continuar pagando as parcelas do financiamento”, explica. Ele ressalta ainda a importância de se ter em mente os gastos extras, já que as despesas não se restringem apenas ao valor do empreendimento. “Depois de comprar o imóvel é preciso mobiliá-lo e pagar algumas documentações.”

Gianotti está falando sobre escritura pública, ITBI (Imposto de Transmissão de Bens e Imóveis) e do registro de compra em cartório. Os valores desses documentos, obrigatórios para todos que adquirem novo empreendimento, variam de acordo com a localização do imóvel. Para se ter ideia, a escritura de um apartamento de R$ 250 mil em São Paulo custa, em média, R$ 3.270, o ITBI, cerca de R$ 7.500, e, o registro em cartório, R$ 1.994. Considerando todos os valores, o gasto a mais será de mais de R$ 12 mil. Ciente de todos os custos o casal decidiu, a fim de economizar dinheiro e fechar um bom negócio, abrir mão até mesmo da festa de casamento. “Não queríamos nos casar com muitas dívidas”, afirma Bárbara.

Além do planejamento financeiro, os pombinhos devem escolher empreendimento que atenda às suas necessidades. Geralmente leva-se em consideração série de fatores essenciais, como localização, valor do metro quadrado, segurança, serviços como hospitais e comércio. Foi o caso da são-caetanense Natalia Hidalgo Dias, 25, e do comunicador Victor Padovan, 29. Os dois se casaram em janeiro e, antes de comprar o apartamento, pesquisaram muito até encontrar o que mais agradava. “Antes de começar a busca, já tínhamos em mente o que queríamos: um imóvel seguro, localizado no Grande ABC, com área de lazer, escada interna e duas vagas na garagem. E posso dizer que ter claras todas as nossas vontades facilitou o processo. Todo o esforço valeu a pena e estamos muito satisfeitos com a aquisição”, avalia.

Outras questões também devem ser levadas em consideração quando o assunto é comprar a casa própria, como explica Luciana: “Como é um compromisso de longo prazo os parceiros têm de se questionar se pretendem ficar naquele empreendimento por muito tempo ou se desejam filhos, por exemplo. Para o segundo caso, analisar o tamanho do espaço é essencial”, finaliza.

 

Vai casar? Confira dicas

 

- Apesar de parecer simples, o financiamento imobiliário pode se tornar grande vilão se o casal não tiver as finanças pessoais devidamente organizadas. Portanto, ter disciplina e poupar dinheiro todos os meses são indispensáveis;

 

- Antes de pesquisar, tenha em mente qual tipo de empreendimento atende às necessidades;

 

- Ter plena consciência da realidade financeira é fundamental para não se afundar em dívidas;

 

- Pesquise e decida qual imóvel comprará: na planta, novo ou usado;

 

- Para economizar, procure por empreendimentos em bairros menos elitizados, costumam custar menos;

 

- Tente dar um valor alto na entrada do imóvel, assim conseguirá quitá-lo em menos tempo;

 

- Aproveite a redução nas taxas de juros do financiamento imobiliário. As menores ainda são as oferecidas pela Caixa Econômica Federal, que ficam entre 6% e 6,5% ao ano;

 

- Especialistas aconselham a comprometer, no máximo, 30% da renda no financiamento;

 

- Lembre-se: comprar a casa própria não é investimento, é construção de patrimônio.

 




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