Motivada pela felicidade alheia

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Karine Manchini

Primeira-dama de Ribeirão Pires, Flávia Dotto se realiza nos projetos sociais

O amor ao próximo é uma das maiores manifestações de carinho que o ser humano pode demonstrar. Existem pessoas que seguem esta filosofia com louvor. Flávia Robles Dotto é uma delas. Pela primeira vez como primeira-dama, encarou o papel social em Ribeirão Pires como verdadeira missão de vida e trabalha duro para que seus projetos sociais saiam como planejado. Natural de Santo André, se formou em Relações Públicas aos 23 anos e exerceu sua profissão por muito tempo. Trabalhou durante sete anos em empresa automobilística de São Caetano. Depois, decidiu abrir floricultura, na qual ficou por uma década. Aos 45 anos, Flávia já foi casada e de seu primeiro relacionamento nasceram as filhas Vitória, 15, e Karina, 13.

A história entre a primeira-dama e o prefeito Adler Kiko Teixeira (PSB) aconteceu como em um filme romântico. Segundo ela, foi como na música Eduardo e Mônica, da Legião Urbana: um dia eles “se encontraram sem querer”. Após rápida troca de olhares em um casamento de amigos em comum do casal, as coisas mudaram. A princípio, cada um preferiu seguir em seu canto, mas após a festa ela perguntou aos amigos quem era ele e vice-versa. Após se encontrarem as coisas fluíram muito bem: eles já completaram 12 anos de união. Não são casados no papel, mas isso não é e nunca foi um peso para o casal. “Acho que não faz tanta diferença pelo tempo que estamos juntos e por tudo que vivemos. Ele é quem deveria ter essa pressa, porque eu já tive um relacionamento e vivenciei tudo isso.”

Flávia nunca se imaginou na política. Na verdade, nunca sentiu vontade de se envolver. Quando os dois se conheceram o atual prefeito de Ribeirão Pires estava cumprindo o primeiro ano de mandato como prefeito de Rio Grande da Serra. Além de descobrir mais sobre ele, foi se aproximando da rotina política. Assim foi nascendo o interesse pelo assunto. Apesar da interação, o casal não costuma discutir sobre esses assuntos dentro de casa. A primeira-dama tem o costume de agendar horário para conversar com o prefeito sobre demandas do Fundo Social de Solidariedade, o qual está tocando.

“Não conhecia esse meio, mas era uma cidade pequena e, por isso, ficou mais fácil de aprender. Ele (o Kiko) fez bom mandato, as pessoas gostaram. Os oito anos foram bem tranquilos, vi com outros olhos a política. Temos aquela imagem de que nada presta e que tudo e todos são iguais. Por meio dele, conheci esse outro lado. As pessoas também têm boas intenções de querer mudar”, explica a primeira-dama.

Alegre e sorridente, Flávia não poupa elogios ao marido. A todo instante da entrevista para a Dia-a-Dia, quando o nome de Kiko é citado, diz o quão determinado o prefeito de Ribeirão é. Começou a se aprofundar nos projetos que envolviam a vida política após o segundo mandato dele em Rio Grande da Serra. “Passei a me envolver mais do que achava que fosse. Quando as coisas caminham de uma forma certa como aconteceu lá, não tem retribuição maior do que a gratidão das pessoas.”

A primeira-dama não só se envolveu como entrou de cabeça no papel que o destino lhe trouxe. Em janeiro, Kiko assumiu o posto de prefeito de Ribeirão Pires e isso deu novas funções a Flávia. O Fundo Social foi o primeiro. Mesmo trabalhando na administração da empresa de sua família em São Bernardo, se dedica durante meio período para seu emprego e, no tempo restante, aos projetos sociais. Mas não foi tão simples no início. A primeira-dama precisou modificar muitas coisas, começando pelo lugar em que ficaria instalado o Fundo Social da cidade.

Para se livrar dos gastos com aluguéis, Kiko determinou que as secretarias passassem a ocupar espaços públicos. A primeira-dama e sua equipe procuraram lugares para onde poderiam levar o Fundo Social e decidiram colocá-lo no Centro de Formação Profissionalizante Paulo Freire (Avenida Francisco Monteiro, 2.940), que, até então, só tinha cursos profissionalizantes do Camp (Centro de Formação e Integração Social) em parceria com o município de São Bernardo.

“O Fundo Social existia, mas não exercia as funções certas, pois era junto com a assistência social. Agora tem a Secretaria de Assistência Social e o Fundo Social, que são coisas distintas, porém em parceria. Eu dependo dela e ela depende de mim. Era uma casa sem estrutura para dar os cursos e fazer o que precisava. Tinham cestas básicas, mas são coisas que não tem nada a ver com Fundo Social. Era tudo muito abandonado, sem objetivo e sem foco”, relembra.

Entre um ajuste e outro o Fundo Social de Ribeirão Pires foi ganhando forma e independência. No fim de fevereiro, a equipe se mudou para o local atual e começou com quatro cursos profissionalizantes – Padaria Artesanal, Corte e Costura, Informática e Assistente de Cabeleireiro. Em setembro, a primeira-dama firmou convênio com o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo juntamente com Lu Alckmin para implementar novos cursos, como Horta Educativa, Escola da Construção Civil (Pedreiro) e Escola da Beleza (Manicure).

Além da abertura dos cursos no Fundo Social, Flávia promoveu as campanhas do agasalho e agasalhinho, que arrecadaram mais de 47 mil peças de roupas de maio a julho. Em parceria com a Secretaria de Saúde e Higiene, a campanha do agasalhinho teve sua primeira edição e conseguiu juntar cerca de 15 mil peças de roupas, cobertores e outros itens infantis para crianças recém-nascidas ou com até 5 anos.

Em maio e outubro foram feitas entregas de kits de enxoval para moradoras de Ribeirão Pires que tiveram filhos no Hospital e Maternidade São Lucas. Na entrega, as mães receberam cobertor, manta, toalha de banho, macacão, touca e luva de lã, fralda descartável, entre outros itens necessários para bebês. “As mães iam lá e não tinham nada. Então, o pessoal do hospital me procurou para que pudéssemos fazer alguma coisa. Na verdade, ela foi lançada antes da campanha do agasalho. Deu certo porque as crianças crescem rápido e recolhemos também acessórios, além de fazer a distribuição. As mães adoram, porque são peças que passaram por triagem e estão bonitas”, conta.

Recentemente, o Fundo Social promoveu arrecadação de brinquedos, em parceria com farmácia e loja de brinquedos, com a campanha Abra o seu Coração e Faça Uma Criança Feliz. Os materiais recolhidos foram doados às crianças atendidas pelo Cras (Centro de Referência e Assistência Social) e para as que estão em acolhimento institucional pela Casa Abrigo. Mais de 400 crianças foram beneficiadas durante festa no dia 28 de outubro no Fundo Social de Ribeirão de Pires.

LEGADO

A família Dotto foi de extrema importância para a região, uma das fundadoras do jornal Diário do Grande ABC. O tio Edson Danillo Dotto e o pai Maury de Campos Dotto deixaram uma herança que Flávia considera fundamental: a persistência e o amor pelo que se faz. “Quando cumpre o que gosta não tem como fugir, vai ser sempre um prazer. Meu pai foi muito dedicado no que fez, o tempo inteiro que ficou no jornal, se doou inteiramente. Eram outras épocas, eram momentos em que o pai ficava trabalhando e a mãe cuidava dos filhos, tinha aquela divisão toda. Mas uma coisa eu lembro: ele chegava em casa sempre muito tranquilo e sereno, nunca misturava as coisas. Aprendi isso.”

Além do sentimento de perseverança, outra lição que a primeira-dama de Ribeirão Pires aprendeu com sua família foi o amor e a união, independentemente da situação. Em suas horas livres gosta de estar próxima de seus entes queridos. “Sou uma pessoa calma e tranquila, adoro trabalhar e não me vejo parada. Sempre fui muito dinâmica. Sou muito família e amo demais os meus pais, meus irmãos, minhas filhas e meu marido”, finaliza.




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