‘Preto no Branco’ discute preconceito racial

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Marcela Munhoz

Imagina a cena: um garoto negro corre para alcançar o ônibus de volta para casa após o trabalho, ao mesmo tempo em que uma jovem loira grita após ter a bolsa roubada. Roberto Carlos, 20 anos, é preso e informado de que foi acusado do assalto. Ele é reconhecido por Isabella. O roteiro conduz a trama de <CF51>Preto no Branco</CF>, curta-metragem brasileiro cuja premiere acontece hoje, às 19h, no Cine Olido (Av. São João, 473), em São Paulo. 

 
“É sobre o preconceito racial. O espectador não sabe qual a história real, mas tem acesso ao processo da abordagem, do interrogatório. Percebe que o tratamento dado ao negro é diferente do que seria dado a um branco”, explica ao Diário Valter Reges, diretor e roteirista do curta. Morador da Vila Clara, divisa com Diadema – onde chegou a fazer oficina de cinema no bairro Serraria – , o próprio Reges sofreu episódios racistas. “Sei bem que as pessoas julgam pela cor, não querem saber se é culpado ou não. Contei a história para empoderar os negros mesmo, vamos aprender com Roberto Carlos”.
 
Roberto Carlos é interpretado por Marcos Oliveira, 21 anos, ator – cuja formação escolar e artística foi realizada em Santo André. “Participar do curta foi intenso. Conseguimos construir bom resultado para o personagem, que me trouxe percepção ainda maior de como somos julgados simplesmente porque somos negros ou diferentes do que os outros esperam”, conta. Preto no Branco não é o primeiro trabalho no cinema de Oliveira. Em 2014, ele atuou em <CF51>Meninos de Kichute. “Marcos é um achado, garoto cheio de talentos. Tenho certeza que todos vão se surpreender, sua atuação é de emocionar”, diz o diretor. O elenco também é formado por Maria Bopp, Taiguara Nazareth e Guilherme Lopes. 
 
O projeto – indicado para participar do Film Black/Black Film Festival Montreal, no Canadá, em setembro – foi contemplado em 2014 pelo edital Curta Alternativo para jovens diretores e produtores negros do Ministério da Cultura.
 



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