Felipe perde a luta contra doença rara

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Vanessa de Oliveira

Após dois anos lutando contra a síndrome hemofagocítica, doença rara e autoimune no sangue, o pequeno Felipe Martins, 5 anos, de São Bernardo, morreu na noite de quarta-feira. Desde outubro de 2015 o Diário do Grande ABC acompanhava a história do menino e da família dele na batalha pela cura. Na publicação mais recente, em maio, a equipe de reportagem mostrou o retorno da criança à Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Padre Manuel da Nóbrega, no Jordanópolis, para iniciar período de adaptação em sala de aula.

“Ele foi um guerreiro e, agora, o céu ganhou uma estrela”, disse, muito emocionada, uma tia do menino, ao deixar o cemitério do bairro Pauliceia, onde o garoto foi sepultado na manhã de ontem. Abalada, a mãe, Ana Paula Martins, 33, não teve condições de conversar com a reportagem.

Em novembro de 2015, Felipe encontrou um doador de medula óssea 100% compatível, depois de três meses de busca. Em março de 2016, ele passou pelo processo de transplante. A confirmação da ‘pega’ da medula (quando esta consegue produzir células do sangue em quantidades suficientes) saiu nos 14 dias seguintes, enchendo a família de esperança. Nos meses seguintes, porém, o menino voltou à rotina de internações.

Em página do Facebook – onde a luta de Felipe era relatada e na qual mais de 50 mil pessoas do Brasil inteiro acompanhavam e torciam pela recuperação do pequeno –, Ana Paula contou, em 28 de julho, que na última biópsia realizada foi diagnosticada a doença do enxerto, “a briga do organismo com a medula nova”. Ela relatou também que os médicos haviam decidido que Felipe receberia mensalmente, em uma sequência de três dias seguidos, imunoglobulinas, pois existia alguma doença autoimune que ainda não havia sido diagnosticada. No segundo dia, na quarta-feira, o menino teve convulsão e foi à UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Ao comunicar a morte do filho na rede social, Ana Paula agradeceu ao carinho dos que acompanharam a batalha e desabafou. “O meu melhor sorriso descansou. Nossos últimos dias foram difíceis, mas fizemos deles os melhores. Sou a mãe mais privilegiada por ter recebido emprestado um anjo que me ensinou tantas coisas lindas, o amor, a fé.”

 

Diário do Grande ABC - Setecidades - Edição: 04/08/17




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