Histórias de guerra

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Vanessa Soares <br> Do Diário do Grande ABC

Histórias de guerra esporadicamente ganham as telas do cinema. É a arte se aproveitando dos acontecimentos da vida. Dunkirk, com estreia hoje nas telonas, é, aparentemente, mais uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre um dos episódios mais tristes da humanidade: a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945). O longa, porém, não se resume à ela. Antes de entrar na sala de cinema, portanto, deixe para fora tudo o que você já viu sobre o assunto.

Inspirada no livro de Joshua Levine, historiador que ajudou na produção do filme (Dunkirk: A História Real Por Trás do Filme, Editora HarperCollins, 320 págs, R$ 39,90, em média), a trama é baseada na batalha de Durkerque, na França, ocorrida entre 25 de maio a 4 de junho de 1940, quando mais de 300 mil soldados das forças aliadas ficaram encurralados na costa por uma divisão alemã a espera de socorro.

O longa surpreende do início ao fim. Ao contrário do que se espera em filmes do gênero, em Dunkirk não se vê cenas de membros de corpos espalhados pelo chão, diversos soldados mortos e sangue para todos os lados. Com roteiro original próprio, o diretor Christopher Nolan (Interestelar, A Origem, trilogia Batman – O Cavaleiro das Trevas) optou por criar suspense longe das trincheiras usando o desespero dos soldados que, em comum, tinham um único desejo: sobreviver.

Além disso, a produção quase não tem diálogos. A grande ‘sacada’, talvez, esteja em como o diretor dividiu a narrativa, que se desenvolve em três perspectivas paralelas: a dos soldados que aguardam por regaste, a de uma embarcação de voluntários britânicos que cruza o Canal da Mancha, do Reino Unido à França, em tentativa desesperada de auxiliar na desocupação, e a de pilotos da Força Aérea Britânica que lutam no ar para proteger os navios de resgate.

A combinação das várias narrativas acontecendo ao mesmo tempo é o grande trunfo do filme, como se o longa fosse um quebra-cabeça que o espectador precisa montar. A tensão é permanente. As sequências criam misto de medo, pânico, compaixão e esperança de que no fim, tudo acabará bem.

A trilha sonora assinada por Hans Zimmer casa perfeitamente com o que se vê na tela. No elenco há grandes nomes de várias gerações como Fionn Whitehead, Tom Glynn-Carney, Jack Lowden, Aneurin Barnard, James D’Arcy e Barry Keoghan, além de Kenneth Branagh, Cillian Murphy, Mark Rylance e Tom Hardy. Harry Styles, cantor da banda britânica One Direct, estreia como ator.  




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