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Vinícius Castelli
Uma viagem ‘ao passado’, oportunidade de desfrutar de ar puro, contato com a natureza e de saber mais da nossa história. Tudo isso no Grande ABC. Cravada entre montanhas, a Vila de Paranapiacaba, que pertence ao município de Santo André, é especial. Como o próprio nome sugere, ‘lugar de onde se vê o mar’. Verdade.
Com patrimônio arquitetônico e natural tombados, o local espera o turista não só em seus tradicionais festivais, o de Inverno – em sua 17ª edição e que termina neste fim de semana – e do Cambuci (em abril), mas o tempo todo, com ou sem sua tradicional neblina. E engana-se quem pensa que Paranapiacaba não oferece opções de lazer. Dá para passar um dia ou mais, apesar de a estrutura hoteleira não ser das melhores.
A vila ferroviária, criada na década de 1860, quando recebeu os britânicos da São Paulo Railway Company, conserva traços daquele período, com casas em madeira e calmaria. Tudo rodeado pela Mata Atlântica. Um dos atrativos é o grande relógio, que data de 1898, fabricado em Londres, Inglaterra. Mas quem visitar o local – dividido em Parte Baixa e Parte Alta – deve atentar os olhos para mais. Passear sem rumo pelas ruas da Vila Smith e da Vila Velha é para esquecer da vida.
Donizeti Pereira, secretário de Meio Ambiente de Santo André, frisa os casarões, com mais de 130 anos, como um dos grandes atrativos, além da natureza. “Mesmo em uma cidade grande da região, é como se estivesse chegando em algum lugar do Interior”, diz. Vale a visita ao Antigo Mercado (Rua Manoel Ferraz de Campos Salles), criado com a meta de abrigar empório de secos e molhados, e cuja construção data de 1899. Restaurado, hoje serve para eventos gastronômicos e culturais.
O Museu Castelo (Rua Caminho do Mens), também indicado por Pereira, foi erguido em 1897 como residência do engenheiro-chefe da ferrovia. Com vista privilegiada, ele via trens que chegavam e partiam, e o trabalho dos funcionários. Além de promover bela vista de Vila, a casa guarda itens antigos. Visita: R$ 3.
Outras construções que merecem atenção são o Clube União Lyra Serrano (Rua Antonio Olyntho), de 1936, e a Casa Fox – Casa da Memória (Av. Fox). A primeira serve para atividades culturais, a segunda, erguida entre 1897 e 1901, abrigava famílias de operários. Há também o Pau da Missa, árvore centenária utilizada para colocar informações à população. A Vila conta ainda com a Igreja Bom Jesus de Paranapiacaba, na Parte Alta, cuja primeira missa foi em 1884.
Passeio de trem, comida e natureza merecem estar no roteiro
Não tem como falar de Paranapiacaba sem pensar em trens, trilhos e natureza. Desse universo faz parte o Museu Funicular (Pátio Ferroviário), que conta com maquinário do Sistema Funicular. Ferramentas e vagões antigos podem ser apreciados. A entrada sai por R$ 3. O próprio Pátio merece a visita. Lá eram feitas as manobras dos trens que subiam e desciam a Serra do Mar.
Para se sentir em outro século, faça o passeio em locomotiva a vapor inglesa de 1867. Ela percorre trajeto de um quilômetro (www.abpfsp.com.br) a R$ 5. Além disso, para quem quiser chegar à Vila – cuja plataforma da estação ferroviária foi restaurada – sem ser de carro ou ônibus, pode optar pelo Trem Expresso Paranapiacaba, que hoje funciona aos domingos (www.cptm.sp.gov.br). Custa R$ 45 a partir da Luz, em São Paulo, e R$ 40 da Prefeito Celso Daniel, em Santo André. “Estamos trabalhando para que o serviço seja feito aos sábados também”, afirma Donizeti Pereira, da pasta andreense de Meio Ambiente.
Ele lembra ainda que Paranapiacaba conta com trilhas e cachoeiras, como a da Fumaça. “Mas todos esses passeios devem ser feitos com monitor para que não haja risco de o visitante se perder”, explica. Entre as opções estão a Trilha do Olho d’Água, Tanque do Gustavo e Pontinha. Os valores são acertados direto com os guias, no Centro de Visitantes (4439-0321). Entre um passeio e outro, aproveite para provar algo feito com cambuci – tradicional da Mata Atlântica – em algum dos restaurantes locais. Entre os destaques estão o Cantinho da Terra e o Bar da Zilda.
OUTROS FESTIVAIS
RIBEIRÃO PIRES
> Apesar da ameaça que ronda Ribeirão Pires – sobre a possibilidade de vir a perder o selo de estância turística – a cidade é importante destino de passeio na região. Existe até projeto para a construção de bulevar gastronômico no Centro, reforma do Parque Milton Marinho e criação de um espaço chamado Luz do Oriente. Enquanto tudo isso não sai do papel, quem optar por visitar o local pode ir até a Vila do Doce, subir na Pedra do Elefante e conhecer o Mirante do Morro de Santo Antônio. Nos próximos dois fins de semana acontece a 11ª edição do Festival do Chocolate, no Complexo Ayrton Senna, com diversos shows e atrações. Acesse: www.ribeiraopires.sp.gov.br.
JOINVILLE
>Por ser detentora da única escola do Teatro Bolshoi fora da Rússia, Joinville é oficialmente conhecida pelo título de capital nacional da dança. A edição 2017 do maior festival do gênero no País termina no sábado, mas o destino, localizado no Estado de Santa Catarina, é detentor de vários outros atrativos. Fazem parte da lista os cafés coloniais e comidas típicas alemãs, os passeios pela Rua das Palmeiras, Palácio dos Príncipes e Museu Nacional da Imigração. Não deixe também de fazer a travessia no Barco Príncipe, que sai da Baía da Babitonga e e passa por 14 ilhas entre o porto e o Centro Histórico de São Francisco do Sul. Acesse: www.joinville.sc.gov.br.
PARATY
>Quem visita a cidade histórica, umas das mais charmosas do litoral do Rio de Janeiro, nunca esquece o que viu. É de babar de tanta beleza. Se já não bastassem os pontos turísticos cercados pela natureza – não deixe de fazer o Caminho do Ouro, visitar os parques e reservas ecológicas, e aproveitar toda a extensão da Baía de Paraty, com suas lindas praias – durante os meses de julho e agosto o destino recebe turistas à procura de suas duas grandes festas. Até domingo acontece por lá a 15ª edição da Flip (Feira Literária de Paraty) e de 17 a 20 de agosto é a vez do 35º Festival da Cachaça, Cultura e Sabores de Paraty. Acesse www.pmparaty.rj.gov.br.
GRAMADO
>As casinhas típicas da colonização alemã, os jardins impecáveis e a imbatível decoração natalina já bastariam para conquistar qualquer turista, mas Gramado – no Rio Grande do Sul – oferece muito mais. Coloque no roteiro visita aos museus do Perfume, do Chocolate e do Automóvel. Leve as crianças ao Mini Mundo, onde maquetes imitam diversos lugares com perfeição. Agora se é o cinema que faz seu coração bater mais forte, programe-se para visitar Gramado no mês de agosto, quando acontece o tradicional e reconhecido mundialmente Festival de Cinema. Este ano, começa no dia 17 e segue até dia 26. Acesse: www.gramado.rs.gov.br.
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