Encontro marcado com Cristo

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Miriam Gimenes

“Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade.” A frase, cuja autoria é atribuída a John Lennon e foi usada por Raul Seixas em uma de suas músicas, está estampada em um dos painéis que contam o processo de construção do Museu Sagrada Família – Catequese e Arte, em São Caetano, que abre as portas para o público no dia 16 de junho, às 10h.

Liderado pelo padre Jordélio Siles Ledo, um grupo de ‘sonhadores’ começou a construir o espaço, colado à Matriz Sagrada Família – que no dia 6 completa 80 anos –, na Praça Cardeal Arcoverde , em 2011. Após seis anos, poderão, enfim, mostrar aos visitantes que nada é impossível. “É como se nascesse um filho”, sintetiza uma das secretárias do museu, Jane Gomes Rodrigues.

Ela, ao lado do também secretário João Tarcisio Mariani e da diretora Leila Dario Foroni, estão no projeto desde a primeira reunião com o padre Ledo, o idealizador do lugar. “Este museu não é um espaço de coisas antigas, velhas. É, na verdade, um lugar para renovar a fé”, diz Mariani.

Explica-se: sim, existem locais onde objetos históricos foram preservados – entre eles os tijolos de olaria, que datam da fundação da igreja, em 1937, feitos em São Caetano –, mas a arquitetura contemporânea também foi utilizada. E adianto: a combinação ficou incrível. O museu, em formato de ‘U’, forma dois braços que abraçam a matriz.
Dividido em quatro ‘tempos’– o Querigma (primeiro anúncio, em grego), o da Catequese (fé em Cristo vivo), o da Iluminação e Purificação (para reflexão) e a Porta da fé – , o museu, todo exposto por cartazes, pede silêncio. “É um local que não não precisa de explicação. É para reflexão e oração”, sugere Leila.

Logo na entrada, no espaço Querigma, que tem um crucifixo com luz natural no teto, lembra-se da partida e ressurreição de Jesus. É Ele quem dá as boas-vindas, no alto de sua cruz, em uma obra pintada pelo padre fundador da igreja, Alexandre Grigoli, homenageado também por um busto.

Em seguida, no espaço da catequese estará a exposição – cujo tema deve mudar a cada três meses – de diversas imagens da Sagrada Família. Na parede que permeia este lugar será feito um painel com o nome das mais de 1.000 pessoas que contribuíram financeiramente para o projeto, cujo custo total não foi estimado.No andar de cima é possível ver a obra Chuva do Advento, do artista brasileiro Claudio Pastro (1948-2016), maior nome da arte sacra brasileira contemporânea. Suas obras estão não só no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, como também no Vaticano. Ele ‘partiu’ sem vê-la finalizada.

Ao lado estão o espaço de oficina e arte, uma capela para Santa Rita, os painéis que retratam a construção do museu e a antiga casa paroquial. Atrás da cúpula da igreja, o protagonista é um painel que representa a catequese ao longo da vida, um mosaico belíssimo de Lúcio Américo.

E, por fim, vem a biblioteca e, em seguida, a Porta da Fé, que dá acesso a uma visão privilegiada – só quem for saberá, mas posso adiantar: a sensação é de estar no céu. Por isso, ao terminar o percurso é impossível não se emocionar. “Convidamos as pessoas para virem aqui visitar a matriz e o seu museu, que é o lugar certo para encontrar com Cristo”, finaliza Mariani. Convite imperdível, não?

Museu Sagrada Família – Catequese e Arte – Praça Cardeal Arcoverde (entrada pela lateral direita da igreja).
Abertura dia 16 de junho, às 10h. Funcionará de sexta e sábado – às quintas só grupos agendados –  das 10h às 16h.
Ingressos: R$ 10 (R$ 5 meia-entrada). Mais informações: 4224-2587.




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