Velhos amigos

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Miriam Gimenes

 “É uma peça que chama para a vida e não para a morte.” Foi com esta declaração que o ator Antonio Petrin definiu o espetáculo Aeroplanos, que será apresentado amanhã, às 20h30, no Teatro Municipal de Santo André. Escrito pelo argentino Carlos Gorostiza, o texto, que trata sobre a velhice, foi adaptado por Petrin, que ao lado de Roberto Arduin compõem o elenco. A direção é de Ednaldo Freire.

Baseada em valsa antiga argentina, a peça, como Petrin adiantou, tem ótica diferenciada. Ela conta a história de velhos amigos, Cristo e Chico, que se veem diariamente e têm grande identificação. Um deles, no entanto, pode ter uma possível enfermidade – possível porque se recusa a ver o resultado do exame – e, o outro, mora em um asilo, mas quer se mudar para outro país. Um é o esteio do outro para encarar as dificuldades de frente: a possível morte e a solidão.

Brincando, se superam e quebram as regras. Para tanto, tomam um avião, um ‘aeroplano’ em suas fantasias, e decidem dar uma volta ao mundo. Eles seguem a ‘viagem’ rumo à felicidade. “ A peça fala sobre amizade, liberdade. Não é uma história de velhos que reclamam, mas que querem viver. Embora exista muito humor, há momentos de forte emoção e, pelos ensaios abertos ao público que fizemos, deu para ver que a história tocou bastante."É bem gratificante”, diz Petrin.

PROJETO
Esta obra, traduzida há oito anos pelo ator, é o terceiro espetáculo do projeto Velhos Protagonistas, que ele iniciou quando completou 35 anos de carreira. À época, Petrin tinha 62 anos de idade e mais da metade de sua vida dedicada ao teatro,

A peça escolhida para o início do projeto foi A Última Gravação de Krapp, de Samuel Beckett. Montado em 2000 com recursos próprios, o espetáculo retrata um homem solitário, que, ao completar 69 anos, ouve em um antigo gravador de rolo seu áudio de 30 anos atrás. Em 2004, produziu e interpretou Um Merlin, texto escrito especialmente para ele por Luis Alberto de Abreu. O espetáculo aborda a última proeza do sábio herói, que construiu uma nação e a paixão que o transformou.

A apresentação de amanhã é a estreia de Aeroplanos, que daqui deve seguir turnê pelo País. E voltar ao Municipal de Santo André, cidade onde morou por mais de 50 anos, para ele, é um presságio de sorte. “Comecei a minha carreira neste teatro, com o espetáculo que o inaugurou (A Guerra do Cansa-Cavalo, em 1971). Minha história se funde com a deste lugar”, diz, orgulhoso. Depois desta, foram mais 41 peças como ator e dirigidas por ele. Nada mal.

Aeroplanos – Peça. Teatro Municipal, Praça 4º Centenário. Amanhã, às 20h30. Ingressos: R$ 40 (R$ 20 meia-entrada). À venda na bilheteria do teatro ou no site www.bilheteriaexpress.com.br.




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