Nosso lugar no mundo

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Marcela Munhoz

A vida é um constante esconde-esconde entre chegadas e partidas, cumprimentos e despedidas. Uma hora se está aqui, outra se está por lá. Por mais que, às vezes, se queira muito não dá para ficar tanto tempo parado. Ela empurra para o outro lado, como em um vagão de trem na hora do rush. É preciso simplesmente ir. E nessa brincadeira desordenada a gente realmente entende o significado de viver. Desbravar o caminho até a esquina, até a faculdade que fica em outra cidade ou, até mesmo, pegar um avião e conhecer um país distante. Cada qual tem a sua graça, suas descobertas. Mas, por mais que esteja no DNA de alguém a interminável vontade de colocar o pé na estrada, até essa pessoa uma hora deseja voltar. O ser humano tem a tendência de fincar raizes, de navegar até seu porto seguro e ancorar, pelo menos, até que chegue a próxima aventura. E voltar não necessariamente rima com lar. A sensação de pertencer a algum lugar no mundo pode ser amplamente saciada no espaço de um abraço de quem ficou te esperando retornar.

Nesta edição da Dia-a-Dia falamos sobre como cada entrevistado saiu de seu lugar no mundo para conquistar ... o mundo. Oscar Schmidt partiu ainda cedo do Rio Grande do Norte para se tornar o maior cestinha de todos os tempos. Hoje, aos 59 anos, o ex-jogador – que teve até tumor no cérebro – faz um balanço de tudo o que passou e diz que a maior lição que aprendeu foi aproveitar a vida da melhor forma e mais intensamente possível, pois ela é “curta”. Da mesma forma, Ludmilla ousou encarar diversos obstáculos para transformar em realidade seu maior sonho de infância, de quando cresceu na periferia de Duque de Caxias. E adivinha para onde a cantora sempre vai quando tem uma brechinha nessa brincadeira de desbravar o planeta? Para casa. Assim também é com o apresentador do Balanço Geral, da Record, Reinaldo Gottino. Ele nunca teve medo de ir atrás da vontade de se tornar jornalista. Entre idas e vindas, descobriu o quanto vale a pena ser uma boa pessoa em qualquer situação que se apresente. Para ele, essa é uma das regras para ser feliz. Mas há também quem não tem a sorte de poder voltar. O drama dos refugiados inspirou o livro Mediterrâneos Invisíveis, de Cristovam Buarque. Ele percorreu o mesmo caminho do menino sírio Aylan Kurdi, que, aos 3 anos, morreu afogado tentando escapar da guerra.

Enfim, caros leitores, esta revista foi feita mais uma vez com muito carinho. Aproveitem e voltem para ler também a próxima edição!

Marcela Munhoz
4435-8364




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