Vou conhecer o mundo e já volto

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Marcela Munhoz

“Um dia decidi que quando chegasse aos 40 anos, se não estivesse rico, venderia tudo e daria uma volta ao mundo. Com 39, vi que não tinha a mínima chance da riqueza e, então, cumpri a promessa. Seria meu ano sabático”. Até o tal ano decisivo – 2015 –, Cristiano Carrozzi, morador de Santo André, trabalhava na área de implantação de sistemas para recursos humanos, mas estava cansado. “Pedi demissão e organizei tudo. Minha família curtiu minha aventura, apesar de não acreditar que ia realizá-la. Eles só botaram fé quando chegou o dia de me levar no aeroporto”, conta.

E, assim, Carrozzi percorreu 20 países em oito meses. Ele conta a seguir um pouco do que viveu, mas os detalhes estão no blog http://amoviajarbarato.com. Lá, dá dicas de viagem. Entre elas, ressalta: “Se for seu sonho, realize. Não arrume desculpas. Também não planeje demais, isso atrapalha. Monte um caminho a seguir, mas deixe espaço para surpresas e mudanças. Vá de coração aberto. O mundo é imperfeito, não viaje com ideias formadas, dê espaço para que o destino se apresente.”

“Comecei a viagem pelo Brasil. Saí de Santo André e fui até Manaus, passando por lugares incríveis e tendo as melhores experiências. Fiz trilhas na Chapada Diamantina, fui ao sensacional Inhotim, cruzei os Lençóis Maranhenses a pé, subi o Rio Amazonas de barco de Santarém a Manaus e ainda fui até o coração da floresta, onde cacei jacaré e pesquei piranha.

Depois dessa aventura incrível por nosso País, caí no mundo, literalmente. Comecei em Marrakesh, no Marrocos, e logo de cara tive um problema: a companhia aérea perdeu meu mochilão! Fiquei só com a roupa do corpo. Após esperar uma semana, minha mochila não apareceu, então parti para Lisboa e comprei o estritamente necessário para continuar.

Rodei a Europa, de Lisboa a Budapeste, e vi todas as maravilhas do Velho Continente. Na Grécia, trabalhei numa fazenda, colhi azeitonas e participei da festa do Raki, quando fazem o destilado de vinho típico de lá. Segui rumo à Ásia. A primeira parada foi entre os dois continentes na magnífica Istambul, onde visitei pela primeira vez uma mesquita. Ainda na Turquia voei de balão na Capadócia e admirei sua paisagem, de outro planeta.

Já na Ásia a primeira parada foi na surpreendente Índia, país que mexe com conceitos de vida e de morte. Lá, vi os corpos sendo queimados à beira do Ganges em Varanasi. Visitei os templos eróticos em Khajuharo e fui às cidades coloridas do Rajastão, a sagrada Pushkar, a azul Jodhpur, e a dourada Jaisalmer. Aproveitei e dormi no deserto. Ainda vi as ruínas de um antigo império em Hampi, onde existe até hoje um estábulo para elefantes.

Em Myanmar, voltei ao passado. É um país que abriu suas fronteiras ao mundo somente há três anos, após mais de 40 de isolamento. Lá conheci um povo receptivo e curioso. País com uma cultura fantástica e locais mágicos como Bagan, onde há mais de 800 anos construíram cerca de 2.000 templos. Ainda cruzei o interior do país fazendo uma trilha de três dias e dormindo em vilas e monastérios budistas. Vi as praias paradisíacas na Tailândia e o que restou do outrora poderoso Império Khmer no Camboja, quando visitei Angkor Wat.

Ainda passei pelas modernas Singapura, Kuala Lumpur, Hong Kong até chegar à China! Lá, pude ver de vilas ancestrais a montanhas sagradas em HuangShan, do exército de terracota em Xi''An à gigante Pequim com sua Cidade Proibida e, claro, a famosa Muralha, onde caminhei de uma área em ruínas até um setor completamente restaurado.

Mas ainda faltava mais: a Oceania me aguardava. Na Nova Zelândia trabalhei em um restaurante e explorei cavernas e praias. Em Queenstown fiz trilhas de paisagens únicas. E, para finalizar minha volta ao mundo, me joguei de uma ponte num bungee jump bem molhado.”




Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados