Roberta Sá solta a voz descontraída

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Vinícius Castelli

 Foi munida de inspiração, das músicas de seu último disco de estúdio, Delírio, de um cancioneiro que passeia por compositores de várias fases da música brasileira e com sentimento de liberdade que Roberta Sá subiu ao palco do Circo Voador, no Rio de Janeiro, em maio de 2016 para registrar sua segunda obra ao vivo, Delírio no Circo (Som Livre, MPB Discos e Canal Bis).

O registro chega às prateleiras em CD (R$ 24,90, em média) com 16 músicas, e DVD (R$ 29,90, em média) que contém 20 canções. Sétimo trabalho lançado pela cantora potiguar radicada no Rio de Janeiro, Delírio no Circo é resultado de apresentação leve, sem a preocupação de sair ‘assim ou assado’, diferentemente de quando fez seu outro registro ao vivo, Pra Se Ter Alegria, de 2009.

Na primeira vez que registrou uma apresentação sua, ela montou um show para ser gravado. “Agora eu só queria registrar a apresentação, com suas nuances, do jeito que foi. Até mesmo o tempo para as trocas de instrumentos está gravada. É uma liberdade. Ficou como foi naquele momento. Cada dia é de um jeito. Não houve interferência, é o material humano”, explica ela ao Diário.

Sá revela que estava com vontade de outro disco ao vivo. “Sou completamente diferente de quando gravei o primeiro. Muito mudou em mim, principalmente minha relação com o palco, com a música. Há um relaxamento hoje”, explica.

Na obra, Roberta solta a voz com gosto e mostra a intimidade que tem com novas canções como Não Posso Esconder o Que o Amor me Faz e Se For Pra Mentir, por exemplo, e Boca em Boca, única de sua autoria. Ela conta que a escolha do repertório foi algo natural. “O show começa a acontecer por si, vai se formando. Vamos ensaiando, experimentando. Se algo não encaixa, mesmo que a gente goste muito, deixamos de lado.”

Roberta conta que muito no espetáculo é inédito, como Gostoso Veneno e Me Faz um Dengo, além das faixas de Delírio. “Tinha bastante coisa para ser explorada. Há ainda. São canções muito jovens para mim. Construir a relação com a música é algo muito divertido”, diz.

A apresentação, que tem sonoridade orgânica, soa descontraída, como reunião de amigos cujo único compromisso é com a música. Para isso, ela é acompanhada por Alberto Continentino (contrabaixo), Marcos Suzano e Paulinho Dias (percussão), Luis Barcelos (bandolim e cavaquinho), Rodrigo Campello (diretor musical, violão tenor e violão de 7 cordas) e pelos percussionistas Armando Marçal e Paulino Dias.

Roberta Sá conta com a participação especial de Martinho da Vila em Amanhã é Sábado e o medley Me Faz Um Dengo/Distrimia. “O Martinho, quando falei que ia gravar ao vivo, disse ‘estarei lá’. Ele saiu de outro evento, chegou em cima da hora. Me Faz Um Dengo a gente nem tinha ensaiado. Tem pureza, foi muito bonito. Nunca tinha vivido aquela experiência”, diz Roberta. Moreno Veloso, no repertório da artista desde seu segundo disco, também participa. Ele ilustra o palco em Meu Novo Ilê e Um Passo à Frente. “Com Moreno a gente ensaiou duas vezes Um Passo a Frente. Fizemos arranjos juntos, ali, na hora. Não imaginei que esse disco fosse ser tão leve”, diverte-se.

Roberta ainda coloca no show Me Erra, de Adriana Calcanhoto, relê o veterano Roque Ferreira e emociona em versão de Covardia, assinada por Ataulpho Alves ao lado de Mario Lago.




Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados