A humanidade sob outro ponto de vista

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Marcela Munhoz

O suicídio responde por cerca da metade das mortes violentas no mundo, o que significa, de acordo com OMS (Organização Mundial da Saúde), que uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos. Só no Brasil são registrados mais de 10 mil por ano. É com uma tentativa de suicídio que começa a trama de O Vendedor de Sonhos. A adaptação da trilogia do autor brasileiro Augusto Cury está em cartaz em todos os cinemas da região a partir de hoje.
 
“O suicida, na verdade, não quer se matar, mas quer matar a sua dor”, é o que defende Cury por meio de seu protagonista. O papel do indigente misterioso que sobe ao topo do edifício para dar um mínimo de esperança ao psicólogo Júlio Cesar (Dan Stulbach), prestes a se jogar nos braços da morte, é interpretado pelo uruguaio César Trancoso (Banheiro do Papa). “O filme é muito atual, mostra exatamente as consequências das escolhas que fazemos, da ganância, do egoísmo. Mas também mostra como a atitude de alguém, de um desconhecido, pode fazer a diferença”, explica ao Diário Jayme Monjardim, diretor da obra.
 
Após ter a sua própria vida colocada à prova, o ‘mestre’, como também é conhecido o vendedor de sonhos, passa a ser seguido na rua por figuras como o Boquinha (Thiago Mendonça), um trombadinha e uma legião de fãs que mudam suas próprias visões sobre a humanidade após ouvir as sábias palavras do indigente, postadas na internet.
 
Apesar de parecer caminhar para o gênero autoajuda, a obra é mais do que isso, assim como a trilogia de livros. Muitos detalhes – e frases – escritos por Augusto Cury ficam de fora das telonas, mas o poder da imagem, por sua vez, consegue trazer mais realidade à trama. Além disso, a escolha de César Trancoso para ser o protagonista foi muito acertada. Ele está impecável, especialmente na cena em que discursa em um velório.
 

O Vendedor de Sonhos é um filme leve e, ao mesmo tempo, intenso ao ‘cutucar’ alguns assuntos e valores, como a importância dada à família, às prioridades do dia a dia, à intolerância e à morte. Deixa no ar questionamentos como qual o sentido da vida e o que estamos fazendo para aproveitar cada segundo nesta existência. É ótima opção para quem quer começar 2017 enxergando e tratando o próximo como realmente deve ser. 




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