Festa da música brasileira

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Vinícius Castelli<br>Do Diário do Grande ABC

 Beirando quase uma década de carreira musical, Diogo Nogueira resolveu escancarar seu amor pelo samba outra vez. Isso ele já faz há tempos, mas agora mostra também como a música popular brasileira, de forma geral, faz parte de sua vida e a importância que ambos os gêneros têm na sua carreira. Tudo está registrado em seu novo trabalho, Alma Brasileira, que chega às prateleiras em CD e DVD (Universal Music, R$ 21,90 e R$ 26,90, em média, respectivamente).
Gravado no Vivo Rio, em maio, o espetáculo, orgânico, tem Diogo com banda em repertório farto, com diversas referências, de Almir Guineto a Milton Nascimento, de quem ele pincela Travessia. “Acredito nessa pluralidade e nessa diversidade, porque sou assim e porque o Brasil também é assim. O brasileiro é mistura única, é raça diversa e plural, então nada melhor do que repertório feito para todos”, explica Diogo ao Diário.
A lista conta com as inéditas Segue o Baile, Pé na Areia e Tim Tim Por Tim Tim, além de temas que o artista ainda não havia cantado, como Beijo Partido, de Toninho Horta. Um dos momentos mais delicados fica por conta de Sangrando, de Gonzaguinha.
O espetáculo, em tom de festa, tem também duas convidadas: uma é Beth Carvalho, com quem o artista divide os versos de Firme e Forte e Caciqueando; a outra é Maria Rita, que sobe ao palco para cantar Beiral, de Djavan.
Diogo conta que fez questão de apresentar músicas que fizeram parte de sua história, de mestres do samba e da MPB. “Sou um cara que tem muitas influências do samba, mas percebi o quanto artistas como Milton e Djavan eram importantes para mim, e como gostava de cantar suas canções”, diz.
E engana-se quem pensa que Diogo faz apenas regravações. Ele ousa e apresenta sua versão para temas como Codinome Beija-Flor, de Cazuza. “Foi a Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, quem me sugeriu que eu cantasse Codinome Beija-Flor. Atendi prontamente, né? Queria colocar meu lado intérprete à disposição de compositores que não são comuns em meus shows”, explica ele.
De outro figurão da música brasileira, Tim Maia, Diogo apresenta Descobridor dos Sete Mares, mas esta está somente no DVD. Ele presta justa homenagem ainda a Zeca Pagodinho, em animado medley com temas como Cabô, Meu Pai, Uma Prova de Amor e Quando a Gira Girou. “O Zeca Pagodinho é um ídolo. Desde criança cresci ouvindo seus sambas e essa foi uma das razões pelas quais resolvi colocar no show um pot-pourri dedicado a ele. Também canto no novo DVD dele, somos uma irmandade, uma confraria, e Zeca é um dos meus mestres principais”, explica o cantor.
Pai de Diogo, João Nogueira também é lembrado na festa com a faixa Nó na Madeira, com o cantor, inclusive, tocando flugelhorn, um tipo de trompete. Outro nome veterano do samba, Monarco, também não passa despercebido por Diogo. Ele canta Coração em Desalinho. Para o artista, a renovação é importante, mas é necessário também não se esquecer daqueles que já fizeram história. “Acho legal prestar essa homenagem a todos, em especial ao Monarco, que tanto fez pelo samba.”




Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados