Tapeçaria de Burle Marx não tem data para voltar ao Paço

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Miriam Gimenes

 A novela envolvendo a tapeçaria assinada pelo paisagista e artista plástico Roberto Burle Marx (1909-1994), um dos mais importantes patrimônios públicos e culturais de Santo André, deve demorar alguns dias para ter fim. É que a mobilização dos auditores da Receita Federal, que desde agosto estão praticando espécie de operação-padrão – com a fiscalização e liberação de mercadorias mais lenta –, depende da aprovação de projeto de lei que implementa reajuste salarial e bonificação de eficiência para carreira para seu desfecho. No Congresso desde julho, o relatório deve ser votado na terça-feira pela Câmara dos Deputados. Enquanto isso, a obra de arte, avaliada em R$ 3 milhões, deve permanecer no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Segundo o sindifisco, órgão que representa os auditores fiscais, pelo menos até dia 18 eles manterão a lentidão nas liberações. A categoria reivindica aumento de 21,3% em quatro anos e bônus que pode chegar a R$ 7.000.

O secretário de Cultura de Santo André, Tiago Nogueira, atribui a demora da liberação ao presidente da República. “A culpa é do Michel Temer. Se ele não der aumento os funcionários da Receita não liberam.” Ele diz que a Prefeitura já está preparada para receber a peça há tempos, tanto que reformou o chassi que a sustenta na parede do Salão Nobre do Paço Municipal. “Enviamos pessoas lá (aeroporto) para ver como está, mas não tem sentido mandar todos os dias. Seguimos acompanhando o desenrolar da greve, que é um direito mantido pela Constituição.” Ele diz tratar-se de situação que está fora do seu controle. Nogueira garante, no entanto, que a peça não deve sofrer nenhuma avaria. Por se tratar de uma obra de arte, foi colocada em caixa especial e deve ser mantida em sala com temperatura ideal e segurança. “Ela já fez outras viagens em outras situações, inclusive de navio. Estou bem tranquilo em relação às suas condições.”




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