Muito além do sexo

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Vinícius Castelli

Corrupção, prostituição, coragem, busca por liberdade e também por um punhado de dignidade e respeito. Sob um olhar mais profundo: vidas como a de muitas pessoas, com dias bons, ruins, sonhos, tristezas, alegrias e desafios. História que já foi apresentada nas páginas de livros e nas telonas de cinema, a vida de Bruna Surfistinha é contada agora na série #MeChamaDeBruna, que estreia sábado, às 22h, no canal pago Fox 1.

Quem assume o papel principal é a atriz Maria Bopp, 25 anos. Baseada em fatos reais da vida da ex-garota de programa Bruna, cujo nome real é Raquel Pacheco, a série repassa o primeiro ano a partir do momento em que a garota de classe média sai da casa dos pais e vai parar em um local de prostituição, ainda aos 17 anos.

Longe de ser uma produção só sobre sexo – as cenas são bem picantes, aliás –, trata de dramas vividos por muitas mulheres. Segundo Zico Góes, diretor de conteúdo da Fox Networks Group Brasil, a produção é mais densa do que os livros e o filme a respeito de Bruna Surfistinha. Para Maria, a série tem um olhar maduro acerca da prostituição. “É visão muito responsável deste assunto”, explica a atriz.

Após sair de casa, Bruna é aceita por Stella (Carla Ribas), uma velha cafetina dona de casa de prostituição. Lá, ela sente saudades, se torna adulta e tem de lidar com diversos dilemas ao lado das outras prostitutas Georgette (Stella Rabelo), Mônica (Luciana Paes) e Jéssica (Nash Laila).

Outro papel importante é o de Perfeito Fortuna, que vive Claudionor, segurança do clube privê e que resolve diversas situações pesadas para Stella, assim como Nancy (Suzana Kruger). Jonas Bloch assume o papel de Benito, pai de Bruna, e Jonathan Haangensen é Zé Ricardo, filho de Stella. Além do drama e das dificuldades que enfrentam as mulheres – e o que as leva muitas vezes a saírem de suas casas e tomarem outro rumo –, a série mostra corrupção policial, briga de egos, ciúmes e até onde o ser humano é capaz de chegar para alcançar o que quer.

Para Marcia Faria (Oscar Freire 279 e Estação), que assina a direção-geral, o recorte do que aconteceu em um ano da vida de Bruna fez a diferença para trabalhar, por não ter a história toda condensada. No total, a primeira temporada contará com oito episódios, de 60 minutos cada, que serão exibidos aos sábados.

De acordo com o diretor de conteúdo, o trabalho não para por aqui. “A história é tão boa que rende muitas derivações”. A produção nacional também vai explorar mercados internacionais. “No dia 9 (domingo), a série vai ser exibida em toda a América Latina. Será a grande estreia de divulgação de um produto brasileiro”, afirma Góes.

Entre os momentos que mais chamam a atenção está a transformação de Bruna, de uma garota ainda assustada para uma mulher. A cena é dirigida e interpretada com maestria. Maria conta que houve um preparo cuidadoso para fazer a série. “Tive contato com a Raquel (Pacheco). Meu encontro com ela foi muito marcante. Vendaram nossos olhos, ficamos uma de frente para a outra e colocaram minha mão no coração dela e a dela no meu. Raquel foi contando coisas da vida dela.”

Além disso, Maria e parte da equipe foram a uma casa de prostituição no Rio de Janeiro. “Ouvimos da boca dessas mulheres o porquê de elas escolherem, entre aspas, estarem ali”, diz a atriz. A diretora frisa que, além das referências, elas (da série) estão contando histórias de pessoas. “Tem algo de pessoal, cada uma (das atrizes) trouxe para seu personagem o que há de mais íntimo.”




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