Terra da linguiça e da boa cachaça

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Marcela Munhoz

 A versão bragantina de ‘O que é que a baiana tem?’ ficaria: ‘O que é que a linguiça tem?’ Pois bem. Melhor do que falar é provar. Mas como ainda não inventaram uma forma de transformar as fotos do jornal em coisas palpáveis, dá para afirmar que a linguiça de Bragança realmente é diferente. Além dos mais de 20 tipos que os produtores oferecem (incluindo as apimentadas, com ervas, secas, com vinho, recheada com queijos, para citar alguns), ela é feita de forma quase artesanal, com moedor em pedaços, além de ser a maior tradição da região – diz-se que a grande ‘culpada’ foi a italiana Palmyra Boldrini, que começou a fabricar linguiça em sua casa, no começo dos anos 1900. Assim fica difícil concorrer.

 
Para exaltar o alimento e os produtores locais, há seis anos é realizada na cidade a Festa da Linguiça (a última acabou de acontecer). Durante alguns dias, os visitantes se deliciam com os mais variados pratos. Inclua na lista os lanches com vinagrete, porções aceboladas acompanhadas por maionese artesanal, pastéis, espetinhos, pucheros, linguiças à milanesa, escondidinhos, tapiocas, batatas rosti, coxinhas (uma, inclusive, tem 700 gramas) e até grandes clássicos da comida japonesa, como temakis e yakisobas. Para matar a curiosidade, o temaki é feito com linguiça crocante cortada em cubinhos, cebolinha, cream cheese e molho tarê. De acordo com o criador do exótico menu, Felipe De Luca, é preciso muita criatividade para sempre “se reinventar com o mesmo ingrediente.” 
 
A festa conta ainda com shows, barracas com doces caseiros, espaço para as crianças e o aguardadíssimo Concurso Glutão. Voluntários se candidatam para comer lanches de linguiça em poucos minutos. O que consegue devorar mais, ganha voo panorâmico de helicóptero. Nesta edição, uma participante jovem e franzina, a única mulher do grupo, faturou o título. Não quer esperar até a festa do ano que vem? Basta visitar os restaurantes de Bragança. A maioria trabalha com a preciosidade da cidade. 
 
Nada melhor do que acompanhar a ‘linguiçada’ do que uma cerveja gelada. Não volte sem experimentar as da Cervejaria Bragantina. Tem opção para todos os paladares. Apesar de a cerveja ser top, a Cidade Poesia se rendeu mesmo à outro tipo de bebida: a cachaça. E uma das mais tradicionais da região, a Busca Vida, é também uma das que mais faz sucesso com os turistas. Trata-se de aguardente com limão, mel, alegria e amor. Pelo menos é assim que o criador, Carlão de Oliveira, pensou ao criar a bebida em 1997. Hoje é possível visitar a fábrica no Galpão Busca Vida, onde também acontece o Festival da Serrinha. Tudo simples, mas do bom e do melhor.
 
 
 
ANOTE NA AGENDA
 
Além da Festa da Linguiça, outros eventos movimentam o destino. Estão no calendário oficial os festivais de Inverno e de Arte da Serrinha, que acontecem em julho, além da Expoagro e Festa do Peão, que geralmente são realizados no mês de abril.
 
GUIA DE VIAGEM
>COMO IR: De carro pela Fernão Dias; de ônibus: www.viacaobraganca.com.br .
>ONDE FICAR: Fazenda Coronel Jacinto (a partir de R$ 230); chalés e apartamentos na Marina Confiança (a partir de R$ 220).
> QUANDO IR: Abril – Festa do Peão e ExpoAgro; Julho – Festivais de Inverno e da Serrinha; Setembro – Festa da Linguiça
>MAIS: Outras informações no site www.braganca.sp.gov.br. 



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