História real é a escolhida

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Miriam Gimenes

 Acabou o suspense. Em lista com 16 nomes, o que vai representar o Brasil na indicação ao Oscar como filme estrangeiro é o Pequeno Segredo – Um Amor Maior que a Vida, que conta a história real de Kat, garota portadora de HIV adotada pela família Shurmann. A lista final da categoria será conhecida em 24 de janeiro. O Oscar 2017 acontece em 26 de fevereiro.

“Obrigado aos que acreditam nesse filme! Meu profundo respeito aos maravilhosos inscritos. Tenham certeza que faremos de tudo e não economizaremos energias para representar nosso País na premiação do Oscar 2017”, declarou o diretor David Schurmann. O detalhe é que o filme nem estreou – chega aos cinemas em 10 de novembro – e o grande favorito era Aquarius, estrelado por Sonia Braga, que foi elogiado no Festival de Cannes deste ano.

A escolha do longa, com Marcello Antony e Julia Lemmertz no elenco, foi anunciada ontem na Cinemateca Brasileira, após reunião da comissão formada pela SAV (Secretaria do Audiovisual) do MinC (Ministério da Cultura). A justificativa da opção, segundo o presidente da comissão, Bruno Barreto, é que era necessário “um filme que dialogasse mais com os critérios da Academia.”

Assim que a notícia começou a ser divulgada nas redes sociais, os que defendiam Aquarius alegam retaliação. “Como é escrita a história oficial: o filme que mais mexeu com a critica e o público do Brasil em 2016 foi Pequeno Segredo. O problema de dar um golpe é ter que dar mais infinitos golpes para manter o golpe principal”, postou a diretora do último representante brasileiro para indicação, o filme Que Horas Ela Volta?, Anna Muylaert.

É que em maio, no tapete vermelho de Cannes, o diretor do filme Kleber Mendonça Filho e elenco protestaram contra o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). E um dos integrantes da comissão que escolheu o representante brasileiro ontem é Marcos Petrucelli, que criticou a iniciativa de Mendonça Filho. E não foi só isso: antes da estreia, Aquarius ganhou classificação de 18 anos. Após protestos caiu para 16.

Houve, no entanto, quem defendeu Pequeno Segredo. “A equipe não tem culpa do momento político em que vivemos. Vamos dar um tempo, não vai levar a lugar algum”, disse um dos internautas. A briga, pelo visto, não será só para concorrer à estatueta.




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