Depois do Holocausto

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Vanessa Soares

 É fato que a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) ficou marcada como o maior conflito armado da história da humanidade. Muito além disso, foi o pior episódio de crueldade que se tem notícias. Dezenas de centenas de milhares de pessoas inocentes se tornaram vítimas do Holocausto nas mãos dos nazistas. O que pouco se sabe, no entanto, é que vida levaram no pós-guerra esses que se tornaram os maiores vilões de todos os tempos. Motivado por essa descoberta, o historiador Marcos Guterman lança hoje, a partir das 18h30, na Livraria da Vila Fradique Coutinho (Rua Fradique Coutinho, 915) o livro Nazistas Entre Nós (Editora Contexto, 192 páginas, R$ 39,90, em média).

Após a derrota alemã na guerra, os principais líderes nazistas foram punidos. Mas, como explicar que muitos outros tenham conseguido desfrutar do resto de suas vidas em liberdade? “Estudo o nazismo há alguns anos. Minha tese de doutorado foi sobre isso e decidi trabalhar a temática no pós-guerra a partir de uma matéria que escrevi. As descobertas que fiz me causaram espanto e provocaram a pesquisa para essa obra”, conta Guterman.

Nas 192 páginas, o autor narra a história de alguns nazistas que, de alguma forma, conseguiram escapar da Justiça durante décadas e foram recebidos em diversos lugares do mundo, como Estados Unidos e América Latina, incluindo o Brasil. Muitos desses carrascos viveram como cidadãos honrados e bons vizinhos. “Algumas dessas pessoas não se esforçaram nem para esconder o seu passado”, afirma.

Na apresentação do conteúdo Guterman explica que isso só foi possível porque “aos olhos de muita gente, os principais líderes nazistas já haviam sido punidos e a vida tinha de continuar. Afinal, a guerra já era ‘coisa do passado’ – e era no passado que o regime assassino de Adolf Hitler e seus inúmeros cúmplices tinham de ficar”.

Além disso, o autor relata que seu interesse nesse assunto é pessoal. “Sou neto de sobrevivente do Holocausto. Virei historiador para entender a motivação do nazismo”, conta. Guterman espera que a história narrada em Nazistas Entre Nós provoque no leitor tanto espanto quanto nele. “Espero que cause um desconforto e chame atenção para o assunto”, finaliza.




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